A Maldição Em Adaptações de Jogos e Animes Acabou!

Todos nós sabemos que quando anunciam uma adaptação ocidental, em live action, sendo em formato de série ou filme de alguma obra que amamos, as chances de ser um completo fracasso são altas. Ainda mais se tratando de obras que irão adaptar videogames ou animes. Havia até uma suposta maldição em torno dessas adaptações.

Death Note, da Netflix, foi uma piada e um desrespeito completo com a obra original

Mas o que também todos sabemos é que, na grande maioria da vezes em que uma adaptação não ia bem em outro formato de mídia, uma grande parcela de responsabilização em torno do fracasso vinha do ego dos produtores daquele trabalho, que simplesmente não respeitaram o conteúdo original. Tiveram obras que ficaram tão ridicularizadas com o público que havia adaptar algum jogo, por exemplo, era muito mal visto dentro da própria indústria.

Já tivemos diversos filmes e séries que foram adaptações de livros que deram sucesso, como Senhor dos Anéis de Peter Jackson, que rendeu uma trilogia e seus filmes são considerados como um dos melhores filmes já feitos. A franquia Harry Potter também nos rendeu 8 filmes e marcou a cultura pop sendo os filmes favoritos de diversas gerações. Claro, aqui estou ignorando as outras adaptações desses universos e me limitando aos filmes principais das franquias.

Mas quando vamos ver os filmes que não deram certo, o número aumenta. Os livros da série Divergente tiveram filmes que foram um fracasso total. Fallen também foi um fiasco. A série de livro infanto-juvenil Percy Jackson também já tentou surfar na onda de adaptações e foi horrorosa. E voltando ao universo dos que já deram certo, O Hobbit não foi lá essas coisas com o foco em “bilheteria” fazendo com que um único livro infantil se transformasse em três filmes, adições e mudanças na adaptação que só agradaram quem jamais pegou o conteúdo original para ler.

Porém, quando falamos de adaptações de videogames e animes, essa tendência de dar errado era praticamente certeira. As franquias de jogos de luta de Mortal Kombat e Street Fighter deram muito errado na grande tela. Nem mesmo a mais recente adaptação do jogo de Liu Kang foi bem aceita.

Se o filme de 2021 focasse apenas na história de Scorpion e sua rivalidade com Subzero, seria melhor

Em 2015, os fãs de Hitman sofreram com a adaptação de Aleksander Bach. Em 2005, Alone In The Dark fizeram os fãs chorarem de desgosto. A série de filmes de Resident Evil, feitos por Paul W. S. Anderson para dar emprego a esposa só agradou aqueles que jogaram os jogos na época em que saber inglês era um requisito para entender a história de um jogo e pulava tudo que era diálogo na jogatina. Porém, a adaptação mais recente, de 2021, fez com que os fãs até sentissem algo positivo pelos filmes da personagem criada para Milla Jovovich de tão horrível que foi.

Mas nem tudo são pesadelos. Depois de muitos anos de fracassos e vendo que videogames e animes eram praticamente um tesouro que todo mundo gostaria de tomar posse, alguns produtores começaram a usar a cabeça e entender que era necessário respeitar as obras originais para que o sucesso fosse garantido.

Mesmo em 2005, a adaptação de Silent Hill nos entregou uma boa adaptação em meio ao mar de podridão que essas adaptações eram na época. Apesar de não ser um filme excelente, consegue ser uma ótima adaptação ao universo de jogos de terror da Konami.

Tivemos a adaptação do mangá de Alita em 2019, que fez uma boa bilheteria e ao mesmo tempo entregou uma boa adaptação para os fãs da obra original e foi muito bem aceito por novos espectadores. Ainda em 2019 tivemos Detetive Pikachu, que adaptou a série de jogos da Nintendo e pelo tamanho sucesso da obra no formato de anime, também podemos considerá-lo como uma adaptação de anime.

Lá em 2012 os fãs que acompanham o samurai Kenshin Himura receberam o primeiro filme em live-action do mangá que conhecemos por aqui como Samurai X. Foram um total de 5 filmes que são excelentes adaptações e vale muito a pena assistir.

E não tem como falar sobre adaptações de mangá sem mencionar Oldboy. O filme de 2003 esquece o de 2013 do diretor Park Chan-wook, o filme é tão incrível que é facilmente encontrado em listas de melhores filmes de todos os tempos quando não se limitam as produções de Hollywood.

Agora com jogos, em 2020 tivemos o filme do Sonic que foi visualmente salvo pela internet após o primeiro trailer ser revelado, o visual se tornar uma piada com os fãs e a produção decidir refazer completamente o visual do personagem. Isso gerou adiamentos, mas o resultado final agradou de forma unânime.

Em 2021 recebemos o que talvez seja a melhor adaptação de videogame já feita. A série Arcane da Netflix adaptou o já rico universo de League of Legends contando a história das personagens Jinx e Vi em Piltover. A adaptação foi um completo marco técnico nas animações, estourou a bolha e conseguiu agradar quem nunca jogou o jogo.

Mas e as adaptações de jogos em forma de anime? Também em 2021 tivemos a adaptação da série de jogos Castlevania em formato de anime, também pela Netflix. Que pareceu gostar do negócio e lançou uma adaptação do jogo Cyberpunk 2077 em uma animação no ano seguinte em Cyberpunk: Edgerunners. As duas obras foram sensacionais e Castlevania ainda está tendo novas adaptações.

Em 2022 tivemos a sequência do filme do Sonic, que conseguiu ser tão boa quanto o primeiro filme. Também recebemos a série The Last of Us em 2023, que particularmente, conseguiu superar Arcane e ser a melhor adaptação de videogame já feita.

Com os trabalhos recentes sendo bem aceitos e bem feitos, já se pode afirmar que as maldições que rondavam as adaptações de animes e jogos se encerraram e a receita para elas não voltarem a nos assombrar é simples: respeitar a obra original.


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